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SILENCIO DO LUAR

Segunda-feira, 29.10.07

 

 

O luar que inunda este momento

está repleto de luz

luz que ilumina o papel

nele reflecte-se o silêncio

e o desejo de abraçar

as sombras que silenciosas me observam

desenham histórias para mim

o latir que ao longe escuto

perdesse na noite

nesta janela enfeitada

cornucópias bailam serenamente

aprisionam-me o olhar

prendem-me e docemente

deixo-me ficar

á luz do luar

 

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publicado por teresworld às 10:15

GRITO

Sexta-feira, 26.10.07

 

 

 

 

Quadro de Edvard Münch, O grito, 1893

 

 

 

 

Sofro…

Sofro em silêncio

E os meus pensamentos

São gritos

Gritos calados, amordaçados

A imagem que passa

É de calma transparente

Engano os inocentes

Um vulcão brota de mim

Lava de palavras desconexas

Escorrem pela minha mente

 

 

 

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publicado por teresworld às 18:57

Terça-feira, 23.10.07

 

 

 

 

Magic Mirror by Paul Klee

 

 

Hoje sinto-me assim

perdida de mim...

 

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publicado por teresworld às 18:30

JULIO RESENDE

Terça-feira, 23.10.07

 

 

 

Painel da Ribeira Negra,
Júlio Resende, Porto, 1983 · 1985.
foto: Carlos Monteiro (DDF-IPM)

 

 

 

 

Júlio Resende está de parabéns. Faz hoje 90 anos

Mestre Júlio Resende faz hoje noventa anos. O homem, para quem o desenho “é a ideia ou sentimento tornado forma”, faz do encontro do homem com a natureza a inspiração de todo o seu trabalho. Triste só porque «Ribeira Negra», uma das suas obras-primas, está nos armazéns da Câmara do Porto sem ser fruída.

Notícia retirada do jornal "O Primeiro de Janeiro", 23.10.2007

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publicado por teresworld às 11:30

ANTÓNIO GEDEÃO

Segunda-feira, 22.10.07

 

 

 

 

 

 

António Gedeão, nasceu em Lisboa, em 1906. António Gedeão é o pseudónimo poético do cientista e historiador Rómulo de Carvalho, licenciado em Ciências Físico-Químicas.Fez tardiamente a sua estreia poética, em 1956, mas cedo revelou a preocupação com o destino do homem. Morreu em 1997, em Lisboa."

 

 

  

 

 

 

 

4 o'clock by Jonny Olsen

 

 4 o'clock by  Jonny Olsen

 

 

	Amador sem coisa amada
	Resolvi andar na rua
	com os olhos postos no chão.
	Quem me quiser que me chame
	ou que me toque com a mão.

	Quando a angústia embaciar
	de tédio os olhos vidrados,
	olharei para os prédios altos,
	para as telhas dos telhados.

	Amador sem coisa amada,
	aprendiz colegial.
	Sou amador da existência,
	não chego a profissional.

         	 António Gedeão 

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publicado por teresworld às 11:28

LUA

Quinta-feira, 18.10.07

 

 

 

Neste dia gostaria de te presentear com a lua

Embrulhada em papel dourado

Completamente luminoso

Que te ajudasse a percorrer o teu caminho

 

A luz resplandecente que vislumbro no alto do morro

Quando a lua nasce para mim

Tomo-a sofregamente com receio de perder o momento

 

Com delicadeza junto-a ao verde dos montes

Que guardo para ti

 

Pingos da noite fria escorrem pelos meus olhos

E com eles recordações infantis

 

Embrulho a lua, a luz, o verde dos montes

Na caixa que guardo em mim

Junto o sorriso dos meus frutos

Flores do teu jardim

 

Para ti pai o presente que não te ofereci... no dia do teu aniversário 17/10/2007

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publicado por teresworld às 09:53

ALBUM DE FAMILIA

Terça-feira, 16.10.07

 

Das lembranças mais antigas, recordo quase com exactidão o dia da minha primeira fotografia. A minha primeira fotografia que tenho memória, entenda-se.

 

Recordo a correria e alvoroço em que a minha mãe estava, preocupada em nos vestir as melhores roupas, as roupas domingueiras. Teria aproximadamente os meus cinco anos, por isso não seria muito pesada, pois lembro que minha mãe agarrou-me pelos braços, levantou-me sem grande esforço e sobre uma arca metálica (onde normalmente se guardavam os lençóis bordados e outro tipo de roupa) vestiu-me umas calças escuras com alças, uma camisola branca e como agasalho um bonito casaco de algodão, que me tinha sido oferecido pela minha madrinha de baptismo.

 

Naquele tempo a casa onde habitávamos tinha um vasto quintal e no meio do mesmo um pequeno carreiro que ligava a casa ao portão da entrada. Todo o percurso desde a entrada até junto das casas, a minha avó vivia logo ao lado, era decorado com flores, várias flores. Recordo que o cenário escolhido para tirar as fotos foi precisamente junto ás margaridas.

 

Tanto eu como os meus irmãos estávamos completamente brilhantes, penteados e perfumados, com a velha água-de-colónia.

 

Mais tarde já adolescentes, as fotografias em questão foram alvo de grande discussão familiar, mas essa é outra história. Tanto que ainda hoje fazem parte do meu albúm fotográfico, rasgadas e toscamente coladas….

                                                    

 

 

Mais tarde o meu agasalho, o bonito casaco de algodão oferecido pela madrinha, foi material de costura. Eu passo a explicar. Na minha rua não existiam carros, ou outros veículos motorizados, senão algumas raras bicicletas, que atentassem á segurança das crianças. Na verdade a minha rua, não era propriamente uma rua, mas sim um grande carreiro de terra batida, em tempos idos bastante famosa. Por lá passaram D. Miguel e as suas tropas, quando em 1832 a 1834 travou-se a Guerra Civil, entre Liberais e Absolutistas.  

 

A rua era o nosso mundo, nele brincávamos livremente. Percorria a rua toda com os meus amigos, conhecia como a palma das minhas mãos o interior de todas casas e quase sempre a minha mãe desconhecia onde eu parava. Só aparecia em casa para almoçar ou jantar quando ao longe ouvia a voz de minha mãe.

 

Numa dessas minhas ausências apareci em casa mas sem o meu casaco, que obviamente deixara abandonado, perdida em mirabolantes brincadeiras. Mas a minha mãe, como sempre alerta, perguntou-me pelo casaco. Após a minha confissão sobre tortura, que o casaco se encontrava em casa da minha amiga Zirinha, a filha da Ti Glória do alto, fui obrigada a recupera-lo.

 

Ainda sinto o rubor, o calor de embaraço nas faces do rosto, quando de mão agarrada á minha mãe, pergunto pelo casaco. Nisto aparece a Ti Glória que com palavras azedas diz nunca ter visto tal casaco. Bem resumindo a história, já o casaco estava cortado e recortado e as bonecas bem vestidas, tipo novo modelo de casaco de noite….  

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publicado por teresworld às 11:55

BARCO

Segunda-feira, 15.10.07

 

 

   

Como um barco que voa

no tempo perdido

Pedaços de mim

 flutuam num rio

esquecido

 

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publicado por teresworld às 17:30

MATERNIDADE

Sexta-feira, 12.10.07

  

Almada Negreiros, maternidade, 1935.jpg

“Maternidade”,  1935, 

óleo sobre tela de

ALMADA NEGREIROS

 

Neste dia interminável

 

fiz-me mãe

 

Neste dia já passado

 

recordo cada momento

 

mas o momento que mais recordo

 

o meu deslumbramento para com a vida

o momento em que

a minha filha nascia...

 

 

 

 

 

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publicado por teresworld às 12:01

FOLHAS

Quinta-feira, 11.10.07

 

 

 

 

 

Acordo sobressaltada

pelo vento

no meio do nada

 

Lá fora

a noite dança

ao som da sinfonia

 

Pequenas folhas

despidas de cor

rodopiam incessantemente

aturdidas, embriagadas

envolvidas numa dança sem ritmo

 

Pouco a pouco

a noite despedesse

parte cansada

deixando cair 

a meus pés

o vestido negro

que envergava...

 

 

 

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publicado por teresworld às 09:59


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