AFAGO
Terça-feira, 31.07.07
Choro
Sentindo um eco estranho
Um ruído lá fora
Como se eu estivesse dentro
De repente descubro
As lágrimas não são gotas d'água
São ruídos surdos
São gritos calados, sufocados
Sou uma covarde
Por isso choro silenciosamente
Com receio que me escutem
Os suspiros abafados são alarmes
Não consigo controlar o meu respirar
O medo vibra no meu corpo
Como se um morto me tentasse agarrar
Secaram-se as lágrimas
Cessaram-se os ruídos
Finalmente encontrei um esconderijo
Num afago doce
Quase esquecido