AFAGO
Choro
Sentindo um eco estranho
Um ruído lá fora
Como se eu estivesse dentro
De repente descubro
As lágrimas não são gotas d'água
São ruídos surdos
São gritos calados, sufocados
Sou uma covarde
Por isso choro silenciosamente
Com receio que me escutem
Os suspiros abafados são alarmes
Não consigo controlar o meu respirar
O medo vibra no meu corpo
Como se um morto me tentasse agarrar
Secaram-se as lágrimas
Cessaram-se os ruídos
Finalmente encontrei um esconderijo
Num afago doce
Quase esquecido
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JORGE AMADO
Em 10 de agosto de 1912, nasce Jorge Leal Amado de Faria na Fazenda Auricídia, em Ferradas, no município de Itabuna, sul da Bahia, filho do comerciante sergipano João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado. De 1920 a 1926, faz o curso primário em Ilhéus e inicia o secundário no colégio jesuíta Santo Antônio Vieira, em Salvador, de onde foge para refugiar-se na casa do avô, em Itaporanga, no Sergipe. A partir de 1928, começa a freqüentar as rodas literárias e colaborar nas revistas Samba, Meridiano e A semana.
A década de 30 marca a mudança de Jorge Amado para o Rio de Janeiro, sua estréia na literatura e o início de sua militância política. Em 1931, inicia o curso de Direito na Universidade do Rio de Janeiro. No mesmo ano, lança O país do Carnaval, seu primeiro romance. Em 1933, é publicado o livro Cacau, que tem a primeira edição, de 2 mil exemplares, esgotada em 40 dias. O livro é apreendido, mas liberado logo depois. No mesmo período, o autor aproxima-se do Partido Comunista. Com o lançamento de Jubiabá, Jorge Amado alcança a consagração no cenário internacional, sendo, inclusive, elogiado por Albert Camus. No entanto, pressionado por perseguidores políticos, sai do país e, do exílio, faz oposição ao Estado Novo. Em 1937, já filiado à Aliança Nacional Libertadora, é preso numa visita a Manaus e submetido a interrogatório. É deste mesmo ano o lançamento de Capitães da areia, o livro mais vendido do escritor.
De volta do exterior, em 1942, o autor é preso novamente. Ainda assim, é lançado na Argentina o livro O cavaleiro da esperança, que só três anos depois seria publicado no Brasil. Ainda em 1942, Jorge Amado conhece Zélia Gattai, com quem se casa em 1945. Eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro em São Paulo, em 1946, o escritor interrompe por curto período a atividade literária. Dois anos depois, tem o mandato cassado e volta ao exílio, desta vez em Paris. Em 1950, expulso de Paris, vai morar em Praga, de onde acompanha o lançamento de seus livros na União Soviética. No ano seguinte, recebe o Prêmio Stalin de Literatura, em Moscou. Volta ao Brasil em 1952.
No fim da década de 50 e durante os anos 60, Jorge Amado lança algumas de suas mais conhecidas obras, entre as quais Gabriela, cravo e canela, A morte e a morte de Quincas Berro Dágua, Os pastores da noite e Dona Flor e seus dois maridos. Sua eleição como membro da Academia Brasileira de Letras acontece em 1961 e, cinco anos depois, recebe a primeira indicação para o Prêmio Nobel de Literatura.
Nas décadas de 70 e 80, diversos livros de Jorge Amado são adaptados para o cinema e a TV, entre eles Gabriela, cravo e canela, que se transforma numa das novelas de maior sucesso da televisão brasileira e num filme estrelado por Sônia Braga e Marcello Mastroianni; Dona Flor e seus dois maridos, que ganha uma versão cinematográfica dirigida por Bruno Barreto; Tieta do agreste, obra em que se baseou a novela Tieta, produzida pela Rede Globo de Televisão; e a minissérie Tereza Batista cansada de guerra.
Em 1983, Jorge Amado recebe a maior condecoração da França, a comenda da Legião de Honra. Quatro anos depois, é criada a Fundação Casa de Jorge Amado, no Pelourinho, em Salvador. O autor escreve uma espécie de autobiografia em 1992, sob o título Navegação de cabotagem. Em 1995, inicia-se o processo de revisão de sua obra por Paloma Costa, filha do escritor, e os livros ganham novo projeto gráfico. No mesmo ano, Jorge Amado recebe em Lisboa o Prêmio Camões, uma das mais altas distinções da língua portuguesa. Suas obras mais recentes são A descoberta da América pelos turcos, de 1994, e o livro-conto O milagre dos pássaros, de 1997.
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...
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FÉRIAS Á VISTA
Não numa ilha encantada, mas numa praia deliciosa...
O sol esse é quente, resplandecente
A água... bem um pouco fria, ás vezes gelada...
A praia é portuguesa
VILA PRAIA DE ÂNCORA, com certeza!!!!!!
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ILHA ENCANTADA
Pela marginal de uma qualquer ilha encantada
Quero sonhar bem acordada
Sentir a carícia da brisa do mar
O abraço quente de um sol resplandecente
Quero disfrutar esse sabor
de pele molhada
Arrepio de calor...
Mergulhar nesse mar de sensações
e sonhar, sonhar
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PINK FLOYD
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SETE MARAVILHAS
Em resposta ao desafio colocado pela minha amiga EMANUELA, as minhas SETE MARAVILHAS são:
As Minhas Filhas
Sem dúvida alguma que a maior das minhas maravilhas são as minhas duas filhas. São para mim, a minha grande obra-prima na arte de ser mãe. Com algum talento natural e muito trabalho e aplicação (sou mãe a tempo inteiro) esforço-me no sentido de torná-las em seres plenos de felicidade (ás vezes é difícil) mas tento…
Os Amigos
A minha segunda maravilha é a amizade. Pois a amizade para mim é como um bem precioso, como uma fonte de água límpida da qual bebemos com enorme prazer ou simplesmente… bebemos
Os Livros
Os livros… são para mim uma das mais importantes maravilhas. Com eles percorri terras que desconhecia, conheci gentes que não imaginava, fui feliz, ri alegremente, derramei lágrimas e sofri algumas desilusões… mas com todos, ou quase todos algo aprendi.
A Música
A música é outra das minhas maravilhas que me acompanha ao longo da minha vida. Inspirando-me na loucura do dia-a-dia. Com muito ou pouco ritmo, conforme o meu estado de espírito está sempre presente. Quase podia “escrever” um diário musical e dar-lhe o título “ as músicas da minha vida”.
Os Meus Pais
Das mais sagradas para mim é a maravilha de ser filha, ser filha de um grande homem que foi meu pai, que apesar de estar ausente, continua presente na minha vida. E esse amor que me une a meu pai e minha mãe, esse sentimento profundo, único é para mim uma maravilha sem igual…
As Crianças
A primeira vez que me emocionei com o olhar angélico duma criança, era eu muito jovem e quem me acompanhava, admirado questionou porque chorava… e naquele momento não consegui explicar a pequena lágrima que teimava pela face rolar…
Hoje, da mesma forma como há uns anos atrás, não consigo deixar de me emocionar com um simples olhar de criança…
A Vida
Apesar de por vezes transparecer alguma tristeza, é a vida que eu brindo! Porque em todos os momentos da minha vida esforço-me para que sejam uma pequena maravilha…
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LÁGRIMAS OCULTAS
Lágrimas ocultas
Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era q'rida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das Primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim
Florbela Espanca
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FLORBELA ESPANCA
Florbela de Alma Conceição Espanca (1894-1930) nasceu em Vila Viçosa e faleceu em Matosinhos. Estudou em Évora, onde concluiu em 1917 o curso liceal, matriculando-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. É por essa altura que publica as suas primeiras poesias. Tendo casado várias vezes e tendo sido em todas elas infeliz, começou a consumir estupefacientes. Só depois da sua morte é que a poetisa viria a ser conhecida do grande público, tendo contribuído para isso a publicação de Charneca em Flor (1930) pelo professor italiano Guido Batelli. Das suas obras destacam-se: Livro de Mágoas (1919), Livro de Sóror Saudade (1923), Charneca em Flor (1930), Reliquae (1931), A Máscara do Destino (1931) e Dominó Negro (contos, 1931).
Na Enciclopédia Larousse, esta poetisa é definida como «parnasiana, de intenso acento erótico feminino, sem precedentes na Literatura Portuguesa. A sua obra lírica, iniciada em 1919, com o Livro das Mágoas, antecipa em seu meio a emancipação literária da mulher».
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CAIS DA RIBEIRA
Barco Rebelo "Porto" Óleo sobre tela de José Júlio Barros
Quero lembrar outros tempos
outros tempos que vivi e não esqueci
Reviver o que senti e
cheirar os aromas que pairavam no ar...
Concentro-me
e calmamente deixo-me levar
Recuo no tempo...
Deixo sobre a mesa o pequeno livro que tentava ler
Abandono-o completamente
e debruço-me sobre a janela imaginária
a contemplar a paisagem
que nunca me canso de olhar
Estava uma linda tarde de primavera
O sol descia lá no horizonte
tingindo o mar num laranja indescritível
numa tonalidade diferente
Só para mim
Nunca consegui perceber como
aquela paisagem tão vulgar
para aquelas pessoas que viviam
junto dela
que faziam parte dela
me maravilhasse profundamente
É uma sensação estranha
Deixei-me por longos minutos paralisada
Absorvida por aquele retrato de postal
As águas deslizavam monotonamente
muito devagar...
Os pequenos barcos rabelos
lá no outro lado da margem
expostos aos olhares curiosos
de turistas ansiosos
balançavam...
As peixeiras atarefadas limpavam
as bancas de trabalho
Gaivotas sobrevoavam agitadas
lutando entre si
pelos pedaços de peixe
lançados no rio
No cais da ribeira
pequenas embarcações
estavam atracadas
decoradas com pequenas bandeiras
E os sons que escutava
eram sussurros
murmúrio de vozes
que estranhamente
cantavam para mim