ABISMO
Algum tempo passou sem que te pudesse
(d)escrever a minha vivência
Por certo que atentamente observas,
assim como espero, sintas o que eu sinto.
Por certo sentiste o abandono,
o buraco negro e sem fundo
com que atingiram o meu e o teu pobre coração.
Cai nesse abismo como tantas vezes aconteceu
nos meus sonhos de criança
e assustada acordava.
Cai ferida como um pássaro de asa partida.
Perdida abandonada despida desequilibrada
Perdida de ti perdida de mim
Como uma criança na feira popular
Busco entre rostos e rostos estranhos sem te encontrar
Abandonada
Completamente abandonada
Despida
Nua de vestes ornamentadas de nada
Desequilibrada
Choques eléctricos bailaram na minha mente
Deixando de sentir o meu sentir
Vazia de sentimentos
Na busca incessante do fim
Do fim do abismo encontrei
Encontrei-me a mim…