MULHER INERTE
Olho para ela e sinto-a quase fria
Completamente inerte
Já não lhe sinto o olhar
De repente vejo-me ali
Ao pé de ti
Esfomeado e por ti abandonado
Não tenho bem presente
A dimensão dos acontecimentos
Mas a pouco e pouco
Pedaços desvanecidos teimam
Em estar vivos
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THE DOORS
This is the end |
The Doors |
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POESIAS
São pedaços de mim
em folhas brancas pintadas
Alguns traços levemente desenhados
assim como o momento
Mais a frente
a emoção transparece
no traço a negro carregadoAutoria e outros dados (tags, etc)
SOLDADOS
Estão como
no outono
nas árvores
as folhas
de Giuseppe Ungaretti
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CURVADA
Como a árvore que tenho plantada
No jardim
Sinto-me assim
Ramos encharcados
Como os meus braços pendentes
Insectos esvoaçando
Como se o cheiro de podridão
Emanasse de mim
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PUDESSE EU...
Pudesse eu me separar
da dor
que não me pertençe
Pudesse eu fingir
a tristeza
que sinto
Pudesse eu acreditar
que a estrela a brilhar
é o teu olhar
Á menina que partiu destroçando os corações de muitos ....
Teres
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SOLIDÃO
A solidão é uma porta
fechada para o mundo
que não me pertence
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MATSUO BASHÔ
Não esqueças nunca
o gosto solitário
do orvalho
Matsuo Bashô
"Matsuo Bashô (pseudónimo literário de Kinkasu) nasceu em 1644, em Ueno, provincia de Iga, numa altura em que o Japão era dominado pelos shoguns Tokugawa."
Viajante da eternidade escreve num dos diários: "Estou só e escrevo para minha alegria".
Escreve alguns diários de viagens (O Caminho Estreito Para o Longuinquo Norte, O Leque Circular Do Outono, O Deserto). São páginas nas quais Bashô se revela permanentemente apaixonado e confere à poesia (em poemas tão breves como o haiku) uma dimensão cósmica, sem paralelo até hoje."
In "O GOSTO SOLITÁRIO DO ORVALHO" de MATSUO BASHÔ
Edição Assirio & Alvim
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CHUVA
Lentamente caminho para casa
A chuva surpreende-me
Sinto o cheiro da terra molhada
O frio da água divina
Como uma flor renasço
Os pés húmidos, os sapatos encharcados
Caminho lentamente….
Há alguém que me espera em casa
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WALK ALONE
Sinto que este mundo não me pertence
Como um peixe em terra
Sinto-me sem ar
A caminhada é longa
monótona....
Já não há oscilações no tempo
E o tempo que percorro
Já não reduz a distância
A distância da nossa existência